Flamengo em férias, período chato…
É hora de copa do mundo, pois bem…
Lembro-me molequinho quando a Holanda de Cruyff, mostro de jogador, desclassificou o Brasil em 1974.
E porque não dizer da alegria do velho Nonô ao comprar a primeira TV colorida da família para ver a copa de 78.
E o mundial de 82? Caramba, esse foi o mais marcante, um sonho…
Futebol arte, euforia incontida, êxtase a cada partida e depois o abismo, a dor abissal com aquela derrota para a Itália.
Depois veio 86… Poxa, como corei naquele pênalti perdido pelo Zico.
Não dá para negar, todas as copas têm um lugar guardado no meu coração e na minha alma. Pensava em como seria fantástico vê-la um dia no Brasil. Ah, como pensava… Mas agora ela está aqui e tudo parece estranho, um sentimento mórbido, uma total indiferença.
O fato é que Infelizmente tudo mudou, aquela imantada camisa amarela não exerce o mesmo fascínio. Fica a impressão que o brasileiro não a sente perto, também pudera, a maioria dos atletas joga no exterior, principalmente no Continente Europeu. Estão longe.
O que era CBD agora é CBF. Há muito deixou de ser confederação, virou um banco de negócios, com plenos poderes, agindo de forma vil e tirana.
O descontentamento do povo com a política também contribui, pois afinal, são Dilmas, Lulas, Teixeiras e Marins que estão por aí, ditando as regras, alimentando suas contas bancárias e formando suas máfias.
“A Copa virou coPTa e os jogadores deixaram de ser ídolos para se tornarem ‘deuses”, celebridades… Contratos milionários, desfilam com mulheres de aluguel, roupas e carrões de luxo, ostentam riquezas … mas o futebol - o mais importante…. fica em segundo plano
Há muito perdemos o lirismo, a alegria de jogar.
Que dilema, ando pela cidade e vejo grande mobilização e aqui em casa minha caçula toda empolgada com a copa, enfeitando as ruas com as amigas , feliz com a festa que está por vir.
E o que dizer a ela?
Como contar que sou um pai sem um pingo de excitação, incapaz de vibrar pela seleção brasileira.
Como vou tirar da menina a mesma cumplicidade, alegrias e tristezas que meu pai compartilhou comigo?
Não!
Decididamente ela é muito jovem para entender o porquê de tamanho descontentamento. Claro que não compreenderá o descomprometimento dos jogadores, seus risos e danças fabricadas. Um dia a explicarei que jogar pela seleção não é assim, é muito diferente.
Sou do tempo que dedicação, amor à camisa e ao país estavam acima de tudo.
Nós, adultos, temos obrigação de entender isso, mas eles não, são adolescentes vivem e se alimentam de sonhos. Essa gurizada precisa da fantasia e não sou eu quem vai tirar isso deles, não eu.
Confesso que vou ter que me reinventar, fingir que o teatro é real. Na verdade não tenho coragem de torcer contra o meu país, por mais que tudo esteja errado.
Sabem, vou deixar a onda me levar. Às favas com minhas convicções e antipatias. Preciso cultivar sonhos de gente que ainda precisa sonhar, assim como meu coroa cultivou os meus.
Um dia eles vão acordar e verão, assim como eu, que o sonho é realidade, é frio e não mais lindo e “verde amarelo” como a mídia tenta passar, mas aí, já é assunto para uma outra Copa…
Sorria, você é rubro-negro!
IMPRENSA VENDIDA PRA SP
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