Boa tarde, Flaeternos!
Sei que poderia começar os trabalhos de hoje falando do jogo contra o Coritiba, mas não, preferi falar do Cristóvão que chegou ontem ao quarto jogo sob o comando do clube.
Cris Borges não é nenhum Telê Santana, Rinus Mitchell, Pep Guardiola, longe disso, nosso treinador não é um Einstein, gênio, mas traz algo que me chama muito a atenção que é fazer o obvio, o cara simplesmente não inventa e também não tem porque inventar, ele segue aquela venha filosofia do nostálgico mundo boleiro: “Quem esta melhor joga”, parece simples mas não é, vemos por aí vários técnicos reféns de jogadores, não só no futebol brasileiro mas por aí a fora, e a versão baiana do Lula Molusco não tem medo, chega de mansinho vai mudando o time e pronto. Com ele não tem dubiedade em escalação, suspense ou coisa do tipo, joga quem tá bem e quem não tá, vai pro banco.
Posso até estar mandando um texto simplista pra vocês, impregnado de banalidade, mas que traz no seu corpo uma mísera pergunta. Como um técnico alcança o rendimento de um time com as mesmas peças que o outro não alcançou?
Simples, o cara não inventa, faz o trivial.
Malandro, Cristóvão começou pela cozinha. A gente sabe que o Flamengo tem uma defesa passível, nada espetacular, com jogadores bons e outros nem tanto.
Paulo Victor é inconteste, aí não há discussão, é o titular. Nas laterais Cristóvão buscou a efetividade, trouxe Luiz Antônio pra direita e deslocou Pará pra esquerda depois de ver contra o Cruzeiro uma nação inteira com PICOs hipertensivos após a atuação catastrófica do gordinho. Pronto, buscou as melhores alternativas pra posição até que o Armeiro volte.
No miolo de zaga, descolou Wallace pro lado direito (sua posição de origem) e foi logo pra enfermaria dar alta hospitalar pro Samir. No meio campo, fixou Jonas como primeiro cão-de-guarda, deixou Marcio Araújo como segundo homem e pôs Canteros mais à frente, com a responsabilidade de pensar o jogo, já que não temos ninguém pra posição. No ataque, trouxe Gabriel e Éverton para desempenharem um papel importantíssimo que é o de jogarem como jogadores-gangorras, ou seja, no mesmo momento que atacam têm a incumbência de ajudarem na marcação. Para finalizar, foi aos túmulos da Gávea para tirar o nome do Eduardo da lápide. Pediu o cara para jogar como centroavante, na área, deu a ele a responsabilidade de finalizar as jogadas.
Com poucas palavras e fala mansa Cris vai introduzindo sua filosofia de trabalho e ganhando o grupo. Com ele não tem essa de privilégios, de patente, de medalhão ou jogador insubstituível, vide o banquinho pro Cirino.
É cedo ainda para êxtase, euforia ou coisas do tipo, mas já deu pra perceber que o Flamengo de hoje é um time que já possui um perfil e que tem um jeito de jogar, simples é claro, mas não tão vulnerável e improdutivo como antes.
As perspectivas são boas, pois alguns reforços já chegaram durante a semana e outros de bom nível estão por vir. Passada a turbulência é tempo de tranquilidade, é hora de trabalhar na maciota a parte técnica-tática da equipe.
O próximo adversário será o Atlético Mineiro no maraca. A magnética com duas vitórias consecutivas começa sair do CTI e encher seus pulmões de ar. É jogo pra 40 ou 50 mil. Vamos buscar os 3 pontos e subir na tabela.
Sorria, você é rubro-negro!
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